Uma máquina que canta a incomunicabilidade humana

Publicado  terça-feira, 30 de agosto de 2011



Espetáculo “Máquina: a história de uma paixão sem limites”, do Grupo de Teatro Universitário, volta a encenar o automatismo das relações.


As máquinas entram em cena para revelar e desmembrar mais uma vez as relações humanas em todo seu absurdo quase maquinário. Os personagens são os mesmos que fizeram a máquina funcionar tempos atrás, mas a dinâmica da peça é outra, com elementos surpreendentes e muito mais musical. O Grupo de Teatro Universitário volta a apresentar o espetáculo “Máquina: a história de uma paixão sem limites” nos dias 3, 4, 10 e 11 de setembro, aos sábados às 20h07 e domingos em duas sessões, 17h33 e 20h07, sempre na Sala 5 da Escola de Teatro e Dança da UFPa (ETDUFPA).

O espetáculo mostra a saga do casal Durand em busca do seu tão sonhado negócio. O casal consegue, após algum esforço, construir um verdadeiro império em forma de empresa,  onde seus funcionários são como peças de uma grande fábrica. A figura mais temida por estes é justamente uma velha amiga da família, a Crítica/Gerente, que muda para sempre o destino da família Durand e o andamento de sua Máquina.

Os atores do grupo encarnam problemas do cotidiano comuns à humanidade e levam o público a também identificar-se como uma peça moldada para a sociedade, afinal a grande maioria da população acorda diariamente para o seu emprego, igreja, sala de aula e outros aspectos do cotidiano e por vezes não se percebe enquanto massa de manobra, quase sem vida própria. Aliás, a fábrica de “Máquina” é na verdade um pretexto , pois por vezes ela é também um ambiente familiar, religioso ou mesmo escolar. A máquina figura o automatismo do cotidiano humano que, sem piedade alguma, engole todos à sua volta. E tudo isto é retratado com muito humor – e sem piadinhas infames no intervalo do cafezinho.

O trabalho de concepção e realização do espetáculo sempre se encaixou muito bem com a dinâmica de uma fábrica. Ives Oliveira, diretor do espetáculo, afirma que “é impressionante como todo o material de cenas criado ‘conversava’ muito bem com a idéia fundamental do trabalho, e com isso, temos uma apresentação não apenas de cena, mas de todo um leque de emoções vividas por todos nós durante todo o período de ensaio, inclusive após a vitoriosa estréia no ano passado. As pessoas se identificam com a peça, e é muito gostosa de assistir e se divertir”, diz orgulhoso.

Como marca da pesquisa do Grupo de Teatro Universitário, a peça flerta com música o tempo inteiro, mas desta vez, canções que marcam o popular alienante das massas dão o tom em cena, além de versões inusitadas de canções célebres de musicais, interpretadas nesta temporada por Bárbara Gibson, Leandro Oliveira, Giovana Miglio, Fábio Tavares, Vittória Braum, Delianne Lima, Marília Berredo, Ed Amanajás, Erllon Viegas e Thainá Chemelo.

O processo de criação do espetáculo seguiu sempre nos moldes da poética absurda de Ionesco, e fundamentada nos princípios de Taylor e Fayol, teóricos da teoria geral da administração. O espetáculo conta com máquinas, empregados, gerentes mal-humorados, desmotivados e uma gama de relações líquidas a se dissolver. Os males do homem contemporâneo, especialmente no que tange a incomunicabilidade, perpassam por este maquinário.

A “Máquina” é um convite a (re) pensar as nossas relações humanas no absurdo que no fundo a tange. E com uma boa dose de risadas.


SERVIÇO: Máquina: a história de uma paixão sem limites”, dias 3, 4, 10 e 11 de setembro (sábados e domingos), aos sábados às 20h07 e domingo às 17h33 e 20h07, na Sala 5 da ETDUFPA (R. Jerônimo Pimentel, esquina com a R. Dom Romualdo de Seixas – Umarizal). Ingressos a R$9,99 a inteira e R$4,99 a meia, com direito a troco. Mais informações: 8292-8567 | 8166-0807 | Twitter: @gtu_maquina | Facebook: http://www.facebook.com/pages/M%C3%81QUINA/187587254633391


Texto: Leandro Oliveira (ASCOM – Grupo de Teatro Universitário)



Ficha Técnica:
Direção geral: Ives Oliveira
Assistência de direção: Erllon Viegas e Giovana Miglio
Direção de palco: Breno Monteiro
Direção coreográfica: Silmara Frazão
Direção de arte: Hilssy de Nazareth
Direção musical: Diego Vattos e Luciano Lira
Letrista: Ivso Souza
Iluminação: Marckson de Moraes e Rejane Lima
Preparação vocal: Guál Dídimo e Bárbara Gibson
Preparação corporal: Leandro Ferreira
Designer gráfico: Raissa Araújo
Assessoria de imprensa: Leandro Oliveira
Assistência geral: Patrícia Zulu
Curadoria: Iara Regina, Jorane Castro, Olinda Charone e Wlad Lima
Elenco: Adhara Belo, Adibe Pureza, Bárbara Gibson, Cristiano Sousa, Daniele Santos, Delianne Lima, Ed Amanajás, Érika Mindelo, Erllon Viegas, Fernanda Cruz, Fábio Limah, Fábio Tavares, Giovana Miglio, Isabela Figueiró, Isabela Campos, Janne Sombra, Kauan Amora, Leandro Oliveira, Leonardo Andrade, Leonardo Bahia, Luana Klautau, Marília Berredo, Nilton Cézar, Starllone Souza, Thainá Chemelo, Valéria Lima, e Vittória Braum.

Promoção: #SIGAMAQUINA

Publicado  


Você que sempre sonhou em conhecer a Broadway e assistir aos seus famosos musicais, mas está liso pra comprar a passagem área para Nova Iorque, pagar hospedagem, comprar ingressos, etc...


Se você não pode ir à Broadway, ela vem até você!


Volta aos palcos de Belém o espetáculo "MÁQUINA a história de uma paixão sem limites", um musical muito divertido que bem, digamos, teria tudo para fazer sucesso na Broadway se tivesse sido realizado em Nova Iorque! Porém pode ser apreciado pelo tão diletante público paraense...


Tá liso pra ir ao teatro mesmo sendo aqui? Aqui vai a chance de ouro! Com um pouco de sorte que sabe você não esteja na platéia e ainda acompanhado! Basta seguir o @gtu_maquina no twitter e dar RT na seguinte frase Promoção #SIGAMAQUINA siga @gtu_maquina e @gtu_ufpa, dê RT até 03/09 e concorra a um par de ingressos para o espetáculo http://kingo.to/Np4


REGULAMENTO

REGULAMENTO DA PROMOÇÃO "SIGA A MÁQUINA" – Primeiro final de semana

1. O Grupo de Teatro Universitário, através do espetáculo "MÁQUINA a história de uma paixão sem limites" realiza promoção que premiará um dos seus seguidores de perfil na rede social TWITTER. Os interessados deverão aceitar e respeitar todas as condições previstas neste regulamento.

2. Para validar sua participação, o internauta deve seguir o perfil do MÁQUINA e do Grupo de Teatro Universitário no TWITTER, constando assim entre os seguidores dos dois perfis no dia do sorteio.

3. Para validar sua participação no sorteio, os seguidores deverão dar RT da frase "Promoção #SIGAMAQUINA siga @gtu_maquina e @gtu_ufpa, dê RT até 03/09 e concorra a um par de ingressos para o espetáculo http://kingo.to/Np4"


 4. Os participantes devem ser pessoas físicas de idade igual ou superior a 14 (quatorze) anos.

 5. O sorteio será realizado através da ferramenta online SORTEIE.ME, às 10:00 hora do dia 03 de setembro de 2011.

6. O resultado do sorteio será divulgado na nossa através de nosso perfil no TWITTER (https://twitter.com/#!/gtu_maquina), a partir das 11:00 horas do dia 03 de setembro de 2011.

7. O ganhador(a) será premiado(a) com um par de ingresso para assistir ao espetáculo "MÁQUINA a história de uma paixão sem limites" do Grupo de Teatro Universitário, que acontecerá nos dias 03 e 04 de setembro de 2011.

8. O par de ingressos poderá ser retirado na bilheteria do local com até 30 minutos de antecedência ao início do espetáculo.

9. O par de ingressos é válido para assistir ao espetáculo em umas das sessões: sábado 20h07, domingo 17h33 ou 20h07, ficando a escolha da sessão à cargo do(a) ganhador(a)

10. A censura do espetáculo é de 14 anos, por tanto o(a) acompanhante, assim como o(a) ganhador(a), não teve ter idade inferior a essa.

11.Não há substituição do prêmio nem indenização em caso do espetáculo ser prorrogado, reprogramado, suspenso ou cancelado.

12. Os ingressos são pessoais e intransferíveis.

13. Para atender eventuais circunstâncias que venha a ocorrer, o Grupo de Teatro Universitário pode de mudar o regulamento da promoção até o sorteio, e também poderá cancelar a promoção a qualquer momento em caso de circunstâncias que obstruam ou impeçam sua execução por motivos alheios a sua vontade.

Cartazes

Publicado  quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Foto: Wotaire Masaki
Designer: Woylle Masaki

Release de "MÁQUINA!"

Publicado  

Um maquinário da incomunicabilidade humana em cena
Espetáculo “Máquina, a história de uma paixão sem limites”, do Grupo de Teatro Universitário da UFPA, vem revelar o automatismo das relações cotidianas

As máquinas entram em cena, e agora a todo vapor, para mostrar as relações humanas em todo seu absurdo quase maquinário. O Grupo de Teatro Universitário apresenta seu mais novo espetáculo, “Máquina: a história de uma paixão sem limites”, que se apresenta nos próximos sábado (23), às 19h32 e domingo (24) em duas apresentações, de manhã às 10h32 e a noite, às 19h32, sempre na sala 5 da Escola de Teatro e Dança da UFPA.

Como peças de uma grande fábrica, e funcionários desta, os atores do grupo encarnam problemas do cotidiano comum a todos nós e leva o público a também identificar-se como uma peça moldada para a sociedade, afinal, a grande maioria da população acorda diariamente para o seu emprego, igreja, sala de aula e outros aspectos da vida, onde por vezes não se percebe, mas se torna massa de manobra, quase sem vida própria. Aliás, a fábrica é na verdade um pretexto (ou pré-texto), pois por vezes ela é também um ambiente familiar, religioso ou mesmo escolar. A máquina, por sua vez, figura o automatismo do cotidiano humano, que sem piedade alguma engole todos à sua volta. Tudo isto com muito humor.

O trabalho ao longo deste ano sempre se encaixou como peças de uma máquina. Ives de Oliveira, diretor do espetáculo, afirma que “é impressionante como todo o material de cenas criado ‘conversava’ muito bem, com a idéia fundamental do trabalho, e com isso, temos uma apresentação não apenas de cena, mas de todo um leque de emoções vividas por todos nós durante todo este ano”, diz orgulhoso.

Como marca da pesquisa do Grupo de Teatro Universitário, a peça flerta com música o tempo inteiro, mas desta vez, canções que marcam o popular alienante das massas dão o tom em cena, interpretadas nesta temporada por Bárbara Gibson e Ed Amanajás.

O processo de criação do espetáculo seguiu sempre nos moldes de uma grande fábrica, que possui máquinas, empregados, gerentes mal-humorados, desmotivados e uma gama de relações líquidas a se dissolver. Os males do homem contemporâneo, especialmente no que tange a incomunicabilidade, perpassam por este maquinário.

A “Máquina” é um convite a (re) pensar as nossas relações humanas no absurdo que no fundo a tange. E com uma boa dose de risadas.

SERVIÇO: Espetáculo “Máquina: a história de uma paixão sem limites”, nos próximos sábado (23), às 19h32 e domingo (24) às 10h32 e 19h32, na Sala 5 da Escola de Teatro e Dança da UFPA (R. Jerônimo Pimentel, esquina com a R. Dom Romualdo de Seixas – Umarizal). Ingresso a R$9,99 a inteira e R$4,99 a meia, com direito a troco.

Texto: Leandro Oliveira (ASCOM – Grupo de Teatro Universitário)

ENGENDRANDO A ENGRENAGEM, O PROCESSO DE MONTAGEM DO ESPETÁCULO “MÁQUINA!”

Publicado  

O Grupo de Teatro Universitário – GTU, projeto de extensão da Escola de Teatro e Dança da UFPA, coordenado pela professoras doutoras Olinda Charone e Wlad Lima, durante o ano de 2010 colocou em prática um subprojeto denominado “Novos Criadores de Cena”, onde selecionaria duas propostas de encenação que seriam dirigidas por integrantes do GTU. A partir desta seleção, o projeto “AEIONESCO: absurda, trágica, linguagem, humana”, coordenados pelos autores do presente artigo, e aplicado ao segmento do GTU noturno.

A base dramática do projeto estava fundamentada no teatro do absurdo, especificamente na poética de Eugène Ionesco. O objetivo do projeto era estabelecer, dentro de um processo de pesquisa e auto-descobertas, trocas vivenciais e simbólicas que pudessem resultar num repertório de textos, movimentos, sons e elementos plásticos que, uma vez organizados com base na relação estética do ‘absurdo’ e do ‘surrealismo’, possam fornecer um esquema de valores, idéias e recursos dramáticos presentes na poética de Ionesco.

A equipe coordenadora do projeto era numerosa, composta de vinte pessoas. Para facilitar o trabalho, foi assumida uma característica burocrática e hierárquica da equipe, onde dividimos em equipes de trabalho (dramaturgia, exercícios teatrais, preparação corporal, pesquisa e registro, música, figurino, visagismo, cenografia, iluminação e vídeo) onde cada integrante da equipe de trabalho se reportava ao coordenador de sua equipe, esses por sua vez eram subordinados aos diretores de núcleos (direção de elenco, direção de palco, direção de arte, direção musical e direção de vídeo), e esses por fim se dirigiam ao diretor geral. Dentro dessa hierarquia, foram delegadas tarefas, em que cada equipe deveria propor atividades para o elenco, aplicá-las e então conferir os resultados e discuti-lo como poderiam acrescentar à proposta do projeto.

O resultado esperado era um trabalho, ao qual foi chamado de “instalação cênica”. Um produto artístico que abranja elementos de diversas linguagens artísticas inseridas no projeto, mas que compartilhem um mesmo espaço criativo, onde atores, objetos e sons não apenas se mostrem, mas sofram intervenções entre si, se alterem e interajam modificando-se mutuamente no decorrer de todo processo. A partir disso foi lançada a proposta do ator-criador, ou seja, os atores depois de passar por uma série de exercícios, jogos e atividades, construiriam o espetáculo a partir do que vivenciaram durante o processo.

No período de sete meses, em um primeiro momento foram trabalhados junto ao elenco diversos exercícios teatrais introdutórios para equivaler todos os integrantes, uma vez que muitos deles nunca haviam feito teatros, só em seguida foram trabalhados os exercícios específicos da vertente teatral aqui mencionada. Durante o primeiro mês de ensaio, enquanto ainda estava sendo trabalhados os exercícios básicos, foi decido não revelar a proposta de trabalho e fazê-los trabalhar “no escuro”, e no decorrer dessa experiência, entender o que poderia acontecer. Então a partir de um dos exercícios básicos, na qual os atores deveriam entrar cada um no centro do palco e fazer gestos e sons de máquina, percebeu-se que recorrentemente os movimentos que os atores realizaram naquele jogo repetiam-se em outras atividades: estava descoberto e espetáculo.

A idéia da máquina foi anexada à estrutura hierárquica em que se dividia a equipe coordenadora do projeto, e logo o espetáculo havia ganhado um corpo: uma fábrica. Lugar onde se ver andando juntos o maquinário e administrativo. Tendo em vista esse pressuposto, buscou-se na abordagem da administração científica de Taylor e na abordagem da administração clássica de Fayol, bases para construção do roteiro. Para o trabalho de interpretação, os ensaios do GTU seguiram o padrão de uma empresa, nos quais os atores eram tratados como trabalhadores subordinados aos comandados dos gerentes, os então coordenadores do grupo, e estes, por último, seguiam as ordens de uma chefia, isto é, a direção do grupo; fazendo com que o ator já vivesse na “pele” o que o seu personagem viveria na trama.

O resultado final é o espetáculo batizado “MÁQUINA! A história de uma paixão sem limites”, onde é retratado o cotidiano de uma fábrica, mostrando seus funcionários trabalhando exaustivamente em prol do lucro dos seus patrões, o casal Durand. A imagem da fábrica é na verdade só um pré-texto, pois na verdade ela simboliza o automatismo do cotidiano humano, que decorre dos males do homem contemporâneo, como a perda da sensibilidade pela rotina, aceitação de rótulos e idéias prontas e compradas “(...) que transformam progressivamente nossas sociedades de massa em coleções de autômatos de controle centralizado” (ESSLIN, 1968), o que provoca a temível incomunicabilidade humana, tão criticada por Ionesco.

*Resumo apresentado para o II Seminário de Pesquisa em Teatro da Escoa de Teatro e Dança da UFPA

Máquina: a história de uma paixão sem limites

Publicado  segunda-feira, 21 de junho de 2010



Estamos chegando perto do que escolhemos chamar "Apresentação Parcial dos Trabalhos Desenvolvidos até Agora". Durante uma reunião que aconteceu no dia 15/05, decidimos qual o caráter dessa apresentação, que poderia ser uma palestra, uma demonstração técnica dos exercícios desenvolvidos, os primeiros 15 minutos do espetáculo, enfim... Chegamos a conclusão que deveríamos mostrar o que tinha sido criado até então, pois bem, foi o que fizemos, ou pelo menos estamos tentando fazer. Retornamos aos exercícios já praticados, e eu como facilitador deste processo, procurei buscar novamente todos os elementos que haviam sido colocados como motivadores à criação: a máquina, os quatro lugares comuns (trabalho, escola, família e igreja), os guarda-chuvas, o enraizamento e as latinhas como instrumento. É claro que eu não poderia me utilizar de tudo que trabalhamos, se não voltaríamos ao mesmo lugar, por isso sele aquilo que de alguma forma foi mais significante para todos (isso foi notado a partir da leitura de diários de bordo, presentes em frases destacadas por cada dono de diário). Então, juntei tudo isso, com os sentimentos vividos pelo elenco e equipe durante o processo, numa quase meta-linguagem: as indignações, expectativas,  frustrações,  brigas, alegrias e surpresas.

Nosso processo de criação seguiu exatamente o mesmo molde do que estamos encenando: uma máquina numa suposta fábrica. Desde o princípio do projeto, criamos um organograma de hierarquia entre todos os integrantes da equipe (como em uma empresa). O elenco figurou como os operários, trabalhavam duro com os exercícios, construíram cenas sem saber pra que (só ficaram sabendo do que se tratava o projeto, mais de um mês depois) semelhante como o Chaplin que em "Tempos Modernos" que trabalhava duro apertando porcas de algo que ele nem sabia o que era. Como em toda relação empregatícia, tivemos funcionários (atores) que questionavam o trabalho as escuras, era a primeira manifestação do surgimento de um sindicato! Mesmo assim, continuamos seguindo o estabelecido de não revelar, e com isso todos produziram muito bem. Depois de revelado o curso do trabalho (Ionesco, Magritte, Teatro do Absurdo e Incomunicabilidade), tudo se encaixou, como as peças de uma máquina. Todo o material de cenas criado "conversava" e muito bem com a idéia fundamental do trabalho. Com isso, temos uma apresentação não apenas de cena, mas de todo um leque de emoções vividas por todos nós durante esses quase 3 meses de encontros.

O que vamos apresentar é uma espécie de "pré-espetáculo", um prólogo do espetáculo que estreará oficialmente em outubro. Nele retrataremos um dia numa fábrica hipotética, na verdade, o primeiro dia de funcionamento desta fábrica, que vai se constituir no "primeira tentativa de funcionamento desta fábrica". Será possível observar o funcionamento dos seus maquinários, bem como seus operários trabalhando exaustivamente para o pleno funcionamento desta máquina, e que por vezes confundem-se com as próprias peças que a compõem. A fábrica é na verdade só um pré-texto, pois por vezes ela é também um ambiente familiar, religioso ou mesmo escolar. A máquina por sua vez, figura o automatismo do cotidiano humano, que sem piedade alguma, "engole" todos á sua volta mesmo contra todos os esforço de tentar lutar contra. Para garantir o andamento, temos a figura do gerente do parque industrial que comanda também uma equipe de técnicos/mecânicos prontos a reparar todo e qualquer defeito que possa vir à aparecer. Eles representam os agentes que fazem com que todos permaneçam dentro da rotina que nossa sociedade nos obriga a seguir.

Esse pré-espetáculo foi batizado de "Máquina: a história de uma paixão sem limites", o subtítulo é enganoso, mesmo recurso usado por Ionesco em seu espetáculo inaugural (a saber: A Cantora Careca). Em "Máquina", pretendemos denunciar a destruição da comunicação entre as pessoas, porque estas se deixam levar por rotinas inquebráveis, e cotidianos imutáveis; reduzem as suas relações à meras sistematizações, frases vazias de significado, e códigos pré-estabelecidos; o que  com um certo exagero desemboca numa espécie de idiotice sem sentimento algum.

"Máquina: a história de uma paixão sem limites" terá um spin-off em outubro, uma segunda peça derivada desta primeira e diferente desta, ainda que guarde muito elementos semelhantes. Essa segunda versão, chamada previamente de "Máquina 2.0", será a segunda tentativa de de funcionamento da fábrica, depois de corrigido os erros que a fizeram fracassar na primeira vez.

E para finalizar, a divulgação:

Máquina: a história de uma paixão sem limites
Única apresentação no dia 01/07 na Sala 05 da Escola de Teatro e Dança da UFPa, em duas sessões: as 19h30 e as 20h30.

Esboço mal desenhado de algo incerto...

Publicado  quarta-feira, 2 de junho de 2010

Desde que estabelecemos que vamos começar a desenhar aquilo que chamaríamos de cenas, tenho ficado feliz e ao mesmo tempo muito tenso com tudo que tem sido desenvolvido. Assim como os atores que não sabem exatamente o que farão e tem às vezes vagas ideias do que fazem, o mesmo também me acontece. Tenho um roteiro a seguir na minha cabeça, que tento colocar em prática dentro da sala de corpo dando ao elenco uma pequena pedrinha, uma pequena sugestão, para que eles possam lapidar. E então sento e espero o retorno deles, porém quando me é devolvido, recebo uma avalanche de pedregulhos, e aí é que eu me sinto caótico, pois é preciso estar muito ligado para não perder nada do que é mandado, e ter a sensibilidade e visão para saber peneirar tudo isso e colocar em cena. E dessa maneira, esboçamos rascunho de cenas. A saber:

Entrada do público, soam as 3 campas do teatro. Entra o solista e canta um trecho da música sozinho com um foco sobre ele. Pausa na música, entra o coro coreográfico que acompanha o solista no segundo trecho da música. E então a máquina entraria e engoliria todos, o coro passariam a ser as peças defeituosas da máquina, enquanto o solista ficava sozinho tentando terminar de cantar, até que a equipe de reparo entra para tentar dar jeito na confusão, arrumando as peças trocando-as de lugar. Então um técnico pedia que todos parem. E diz que todos fiquem quietos, porém eles passam a argumentar com o técnico, virando um grande bate-boca. Então entra um dos dirigentes da fabrica, e de forma agressiva e violenta, faz com que todos voltem a trabalhar, e exige que o primeiro lote de produtos fique pronto. Então acontece a primeira cena da família.

Isso já foi mais ou menos riscado, falta ainda decoupar e mexer muito, mas acho que para uma apresentação parcial isso já está de bom tamanho.

Segue aqui sugetões de músicas para o espectáculo:
"A Voz da Tela" de Oswaldo Montenegro e Márcio Guimarães, sugerida pelo Ilaroque. Que pode ser a abertura da primeira cena.

"What I've been looking for" de High School Musical. Acredito que essa música tem totalmente o tom para o inicio, pois é alegre, lembra muito algumas músicas da broadway, e dentro do espectáculo cria um perfeito tom parodial.

"Cosmic Love" de Florence and the machine, sugerido pela Marília. Imagino que possa ser usada para um trabalho de percussão corporal de movimento da máquina, como o barbatuque que a Alma vem trazendo.

"Rogério Skylab" diversas músicas. Sugerida pelo Haroldo, acho que é uma das nossas referências base para a música (assim como Ionesco está para dramaturgia e Magritte para a plástica). As letras são ótimas, e acredito que deve ser exatamente o que devemos fazer com as nossas letras (exceto para a primeira cena).

Sugestões para luz:
Para a iluminação do espetáculo, acredito que podemos ir buscar na pesquisa da Pofa. Iara com a Gambiarra. Acho que pra nossa proposta, podemos trabalhar com luz de segurança (aquelas que acendem quando falta luz), giroflex, entre outras. Os focos do teatro poderiam entrar somente na primeira cena, ou talves durante algumas cenas chaves.



Sugestões para a cenografia:
Acredito que podemos trabalhar com o conceito de tubulação, que lembra a máquina, fábrica, mas mesmo assim deixa um pouco em aberto. A ideia é trabalhar com vários níveis/pisos, onde os atores possam subir, se pendurar e construir cenas fora do chão. Construir um espaço Magritteano com tubos de aço.


Sugestões para projeção:
Acredito que ao invés daquela tela branca comum, podemos fazer a projeção num monte de guarda-chuvas (brancos ou prateados) abertos, que poderiam se encaixar nos tubos, de modo que cobrissem todos eles, e formasse ume espécie de tela para projeção do vídeo. E ainda poderíamos ter um segundo vídeo, sendo exibido numa pequena tela de LCD usado como uma máscara (como no clipe "No Shelter" do RATM) por um ator, mostrando imagens da face das pessoas do público, ou de pessoas conectadas pela Internet por meio de Skype, MSN ou Chatroulet, de modo que essas pessoes pudessem interagir com a encenação.


No mais é isso... Evoé!

Aos Trabalhos...

Publicado  terça-feira, 18 de maio de 2010

Como nós já sabemos, a primeira parte das atividades do GTU foram encerradas no dia 13 de maio como a equipe técnica havia proposto. Uma planejamento que duraria até esta data foi feito para trabalhar diversas atividades. Para isso cada equipe requereu dias e momentos para aplicar conceitos, exercícios, ritmos, sons, formas, figuras, fatos, tudo, justamente para usar e experimentar. Dessa forma batizei esse primeiro momento no GTU de "ativudades de experimentação", porque cada equipe (dramaturgia, direção, preparação corporal, música, vídeos, plástica, etc.) buscou experimentar diversas coisas para ver o que combinava ou não como a proposta Ionesca, ousou, usou, acertou e falhou ao que seria pertinente a ideia inicial do projeto.
A partir de agora haverá um novo momento no grupo, menos experimentação e mais ação, mais direcionamento, mais uso do que já foi feito, mais lapidação, acho que essa seria a palavra certa para isso, LAPIDAÇÃO, do que o grupo se tornou, algo consistente, criativo, positivo, dar mais função a máquina, o desafio de crescer, as diversidades, tudo isso é o GTU hoje, e essa lapidação, não é pra tirar do que o grupo já contruiu , mas lápidar para se chegar ao proposito inicial que é uma instalação cênica, agora temos tudo que necessitamos, devemos agora só lapidar os caminhos que deveremos seguir aiante o trabalho.
Mas, aqui, eu, como um grande expectador de tudo isso, devo em meu trabalho informar antes de mais nada o que já se passou pelo grupo, para poder falar o irá acontecer a partir de agora.
Só para relembrar o GTU iniciou suas atividades no dia 23 de março de 2010, de uma forma tímida, a apresentação das coordenadoras do projeto, Wlad Lima e Olinda Charone, a apresentação da equipe técnica, apresentação daquele imenso grupo de 86 pessoas inicialmente. Daí iniciamos as atividades, exercícios formadores, haja visto que muitas, mas muitas pessoas mesmo nunca tinham algum contato com o teatro, eram sua primeira vez. Então um novo desafio à equipe, trabalhar com um grupo misto de pessoas com alguma formação ou não de teatro, mas isso foi acontecendo. Foram feitos atividades que trabalharam principalmente com aquecimento, mas também com corpo, respiração, emoções, percepções, espaço, concentração, ansiedade. Houve momentos que se misturaram, música e sentimentos, alongamentos e sensações, mímicas e ritmos, etc. Houveram momentos de descontração, trabalho de musicalização com a equipe de música, que na minha opinião foi maravilhoso, depois a introdução dos guarda-chuvas, das latinhas de alumínio, a criação dos 4 grandes grupos (grupo da igreja, grupo da família, grupo da escola e grupo do banco), que depois diversas equipes se utilizaram disso para trabalhar e experimentar.
Aí sim chegamos a um ponto importante, a aguardada conversa com todos a respeito do projeto e o que era exatamente o "teatro do absurdo", assim foi esclarecido qualquer dúvida que se tinha sobre o andamento dos trabalhos. Foram respondido algo como: O que é teatro do absurdo? quem é Ionèsco? qual é a linguagem de Ionèsco? qual é a ideia da plástica do espetáculo? e por ai vai....
Agora, qualquer pessoa de fora do grupo que ver como está o GTU irá falar que há um grupo consiso, visualizará pessoas com um grande crescimento teatral. Nesse primeiro momento só tenho a parabenizar todos que compõem o grande grupo, equipe e participantes, pois o resultado está ficando digno do ser artístico.
Devemos usar tudo que já temos e o resto é só trabalho....
Aguardem mais atualizações!

Referência para plástica

Publicado  domingo, 9 de maio de 2010

Segue um link para o videoclipe No Shelter da banda Rage Against The Machine. Esse vídeo tem muitas idéias que podem servir de referência para a concepção plástica (cenografia, visagismo, figurino, adereçagem, iluminação e vídeo) da instalação cênica.

http://www.dailymotion.com/video/x12bp9_rage-against-the-machine-no-shelter_music

Se apresentando!

Publicado  terça-feira, 27 de abril de 2010

Me apresentando. Meu nome é Patrick Pimenta e faço parte do Grupo de Teatro Universitário (GTU), estou participando dos registros e documentação do grupo e mais a frente trabalharei com a produção do espetáculo a ser montado neste grupo.
Estou agora me apresentando, porque começarei a postar nesse blog as atualizações, os avanços, as atividades feitas, as propostas e tudo que fazer referencia ao GTU a pedido do diretor do grupo e meu irmão Ives Oliveira.

Assim como a intenção de montar-se um espetáculo a cerca das obras de Ionèsco será de forma conjunta, será também as postagens que informarão a todos sobre o GTU: sempre quem quiser informar algo necessário a respeito do grupo e que não foi citado aqui, basta me procurar e eu adicionarei sem mais delongas. Aceito colaborações sim.

Agora é só aguardar!

Auf Wiedersehen!!