Cartazes

Publicado  quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Foto: Wotaire Masaki
Designer: Woylle Masaki

Release de "MÁQUINA!"

Publicado  

Um maquinário da incomunicabilidade humana em cena
Espetáculo “Máquina, a história de uma paixão sem limites”, do Grupo de Teatro Universitário da UFPA, vem revelar o automatismo das relações cotidianas

As máquinas entram em cena, e agora a todo vapor, para mostrar as relações humanas em todo seu absurdo quase maquinário. O Grupo de Teatro Universitário apresenta seu mais novo espetáculo, “Máquina: a história de uma paixão sem limites”, que se apresenta nos próximos sábado (23), às 19h32 e domingo (24) em duas apresentações, de manhã às 10h32 e a noite, às 19h32, sempre na sala 5 da Escola de Teatro e Dança da UFPA.

Como peças de uma grande fábrica, e funcionários desta, os atores do grupo encarnam problemas do cotidiano comum a todos nós e leva o público a também identificar-se como uma peça moldada para a sociedade, afinal, a grande maioria da população acorda diariamente para o seu emprego, igreja, sala de aula e outros aspectos da vida, onde por vezes não se percebe, mas se torna massa de manobra, quase sem vida própria. Aliás, a fábrica é na verdade um pretexto (ou pré-texto), pois por vezes ela é também um ambiente familiar, religioso ou mesmo escolar. A máquina, por sua vez, figura o automatismo do cotidiano humano, que sem piedade alguma engole todos à sua volta. Tudo isto com muito humor.

O trabalho ao longo deste ano sempre se encaixou como peças de uma máquina. Ives de Oliveira, diretor do espetáculo, afirma que “é impressionante como todo o material de cenas criado ‘conversava’ muito bem, com a idéia fundamental do trabalho, e com isso, temos uma apresentação não apenas de cena, mas de todo um leque de emoções vividas por todos nós durante todo este ano”, diz orgulhoso.

Como marca da pesquisa do Grupo de Teatro Universitário, a peça flerta com música o tempo inteiro, mas desta vez, canções que marcam o popular alienante das massas dão o tom em cena, interpretadas nesta temporada por Bárbara Gibson e Ed Amanajás.

O processo de criação do espetáculo seguiu sempre nos moldes de uma grande fábrica, que possui máquinas, empregados, gerentes mal-humorados, desmotivados e uma gama de relações líquidas a se dissolver. Os males do homem contemporâneo, especialmente no que tange a incomunicabilidade, perpassam por este maquinário.

A “Máquina” é um convite a (re) pensar as nossas relações humanas no absurdo que no fundo a tange. E com uma boa dose de risadas.

SERVIÇO: Espetáculo “Máquina: a história de uma paixão sem limites”, nos próximos sábado (23), às 19h32 e domingo (24) às 10h32 e 19h32, na Sala 5 da Escola de Teatro e Dança da UFPA (R. Jerônimo Pimentel, esquina com a R. Dom Romualdo de Seixas – Umarizal). Ingresso a R$9,99 a inteira e R$4,99 a meia, com direito a troco.

Texto: Leandro Oliveira (ASCOM – Grupo de Teatro Universitário)

ENGENDRANDO A ENGRENAGEM, O PROCESSO DE MONTAGEM DO ESPETÁCULO “MÁQUINA!”

Publicado  

O Grupo de Teatro Universitário – GTU, projeto de extensão da Escola de Teatro e Dança da UFPA, coordenado pela professoras doutoras Olinda Charone e Wlad Lima, durante o ano de 2010 colocou em prática um subprojeto denominado “Novos Criadores de Cena”, onde selecionaria duas propostas de encenação que seriam dirigidas por integrantes do GTU. A partir desta seleção, o projeto “AEIONESCO: absurda, trágica, linguagem, humana”, coordenados pelos autores do presente artigo, e aplicado ao segmento do GTU noturno.

A base dramática do projeto estava fundamentada no teatro do absurdo, especificamente na poética de Eugène Ionesco. O objetivo do projeto era estabelecer, dentro de um processo de pesquisa e auto-descobertas, trocas vivenciais e simbólicas que pudessem resultar num repertório de textos, movimentos, sons e elementos plásticos que, uma vez organizados com base na relação estética do ‘absurdo’ e do ‘surrealismo’, possam fornecer um esquema de valores, idéias e recursos dramáticos presentes na poética de Ionesco.

A equipe coordenadora do projeto era numerosa, composta de vinte pessoas. Para facilitar o trabalho, foi assumida uma característica burocrática e hierárquica da equipe, onde dividimos em equipes de trabalho (dramaturgia, exercícios teatrais, preparação corporal, pesquisa e registro, música, figurino, visagismo, cenografia, iluminação e vídeo) onde cada integrante da equipe de trabalho se reportava ao coordenador de sua equipe, esses por sua vez eram subordinados aos diretores de núcleos (direção de elenco, direção de palco, direção de arte, direção musical e direção de vídeo), e esses por fim se dirigiam ao diretor geral. Dentro dessa hierarquia, foram delegadas tarefas, em que cada equipe deveria propor atividades para o elenco, aplicá-las e então conferir os resultados e discuti-lo como poderiam acrescentar à proposta do projeto.

O resultado esperado era um trabalho, ao qual foi chamado de “instalação cênica”. Um produto artístico que abranja elementos de diversas linguagens artísticas inseridas no projeto, mas que compartilhem um mesmo espaço criativo, onde atores, objetos e sons não apenas se mostrem, mas sofram intervenções entre si, se alterem e interajam modificando-se mutuamente no decorrer de todo processo. A partir disso foi lançada a proposta do ator-criador, ou seja, os atores depois de passar por uma série de exercícios, jogos e atividades, construiriam o espetáculo a partir do que vivenciaram durante o processo.

No período de sete meses, em um primeiro momento foram trabalhados junto ao elenco diversos exercícios teatrais introdutórios para equivaler todos os integrantes, uma vez que muitos deles nunca haviam feito teatros, só em seguida foram trabalhados os exercícios específicos da vertente teatral aqui mencionada. Durante o primeiro mês de ensaio, enquanto ainda estava sendo trabalhados os exercícios básicos, foi decido não revelar a proposta de trabalho e fazê-los trabalhar “no escuro”, e no decorrer dessa experiência, entender o que poderia acontecer. Então a partir de um dos exercícios básicos, na qual os atores deveriam entrar cada um no centro do palco e fazer gestos e sons de máquina, percebeu-se que recorrentemente os movimentos que os atores realizaram naquele jogo repetiam-se em outras atividades: estava descoberto e espetáculo.

A idéia da máquina foi anexada à estrutura hierárquica em que se dividia a equipe coordenadora do projeto, e logo o espetáculo havia ganhado um corpo: uma fábrica. Lugar onde se ver andando juntos o maquinário e administrativo. Tendo em vista esse pressuposto, buscou-se na abordagem da administração científica de Taylor e na abordagem da administração clássica de Fayol, bases para construção do roteiro. Para o trabalho de interpretação, os ensaios do GTU seguiram o padrão de uma empresa, nos quais os atores eram tratados como trabalhadores subordinados aos comandados dos gerentes, os então coordenadores do grupo, e estes, por último, seguiam as ordens de uma chefia, isto é, a direção do grupo; fazendo com que o ator já vivesse na “pele” o que o seu personagem viveria na trama.

O resultado final é o espetáculo batizado “MÁQUINA! A história de uma paixão sem limites”, onde é retratado o cotidiano de uma fábrica, mostrando seus funcionários trabalhando exaustivamente em prol do lucro dos seus patrões, o casal Durand. A imagem da fábrica é na verdade só um pré-texto, pois na verdade ela simboliza o automatismo do cotidiano humano, que decorre dos males do homem contemporâneo, como a perda da sensibilidade pela rotina, aceitação de rótulos e idéias prontas e compradas “(...) que transformam progressivamente nossas sociedades de massa em coleções de autômatos de controle centralizado” (ESSLIN, 1968), o que provoca a temível incomunicabilidade humana, tão criticada por Ionesco.

*Resumo apresentado para o II Seminário de Pesquisa em Teatro da Escoa de Teatro e Dança da UFPA

Máquina: a história de uma paixão sem limites

Publicado  segunda-feira, 21 de junho de 2010



Estamos chegando perto do que escolhemos chamar "Apresentação Parcial dos Trabalhos Desenvolvidos até Agora". Durante uma reunião que aconteceu no dia 15/05, decidimos qual o caráter dessa apresentação, que poderia ser uma palestra, uma demonstração técnica dos exercícios desenvolvidos, os primeiros 15 minutos do espetáculo, enfim... Chegamos a conclusão que deveríamos mostrar o que tinha sido criado até então, pois bem, foi o que fizemos, ou pelo menos estamos tentando fazer. Retornamos aos exercícios já praticados, e eu como facilitador deste processo, procurei buscar novamente todos os elementos que haviam sido colocados como motivadores à criação: a máquina, os quatro lugares comuns (trabalho, escola, família e igreja), os guarda-chuvas, o enraizamento e as latinhas como instrumento. É claro que eu não poderia me utilizar de tudo que trabalhamos, se não voltaríamos ao mesmo lugar, por isso sele aquilo que de alguma forma foi mais significante para todos (isso foi notado a partir da leitura de diários de bordo, presentes em frases destacadas por cada dono de diário). Então, juntei tudo isso, com os sentimentos vividos pelo elenco e equipe durante o processo, numa quase meta-linguagem: as indignações, expectativas,  frustrações,  brigas, alegrias e surpresas.

Nosso processo de criação seguiu exatamente o mesmo molde do que estamos encenando: uma máquina numa suposta fábrica. Desde o princípio do projeto, criamos um organograma de hierarquia entre todos os integrantes da equipe (como em uma empresa). O elenco figurou como os operários, trabalhavam duro com os exercícios, construíram cenas sem saber pra que (só ficaram sabendo do que se tratava o projeto, mais de um mês depois) semelhante como o Chaplin que em "Tempos Modernos" que trabalhava duro apertando porcas de algo que ele nem sabia o que era. Como em toda relação empregatícia, tivemos funcionários (atores) que questionavam o trabalho as escuras, era a primeira manifestação do surgimento de um sindicato! Mesmo assim, continuamos seguindo o estabelecido de não revelar, e com isso todos produziram muito bem. Depois de revelado o curso do trabalho (Ionesco, Magritte, Teatro do Absurdo e Incomunicabilidade), tudo se encaixou, como as peças de uma máquina. Todo o material de cenas criado "conversava" e muito bem com a idéia fundamental do trabalho. Com isso, temos uma apresentação não apenas de cena, mas de todo um leque de emoções vividas por todos nós durante esses quase 3 meses de encontros.

O que vamos apresentar é uma espécie de "pré-espetáculo", um prólogo do espetáculo que estreará oficialmente em outubro. Nele retrataremos um dia numa fábrica hipotética, na verdade, o primeiro dia de funcionamento desta fábrica, que vai se constituir no "primeira tentativa de funcionamento desta fábrica". Será possível observar o funcionamento dos seus maquinários, bem como seus operários trabalhando exaustivamente para o pleno funcionamento desta máquina, e que por vezes confundem-se com as próprias peças que a compõem. A fábrica é na verdade só um pré-texto, pois por vezes ela é também um ambiente familiar, religioso ou mesmo escolar. A máquina por sua vez, figura o automatismo do cotidiano humano, que sem piedade alguma, "engole" todos á sua volta mesmo contra todos os esforço de tentar lutar contra. Para garantir o andamento, temos a figura do gerente do parque industrial que comanda também uma equipe de técnicos/mecânicos prontos a reparar todo e qualquer defeito que possa vir à aparecer. Eles representam os agentes que fazem com que todos permaneçam dentro da rotina que nossa sociedade nos obriga a seguir.

Esse pré-espetáculo foi batizado de "Máquina: a história de uma paixão sem limites", o subtítulo é enganoso, mesmo recurso usado por Ionesco em seu espetáculo inaugural (a saber: A Cantora Careca). Em "Máquina", pretendemos denunciar a destruição da comunicação entre as pessoas, porque estas se deixam levar por rotinas inquebráveis, e cotidianos imutáveis; reduzem as suas relações à meras sistematizações, frases vazias de significado, e códigos pré-estabelecidos; o que  com um certo exagero desemboca numa espécie de idiotice sem sentimento algum.

"Máquina: a história de uma paixão sem limites" terá um spin-off em outubro, uma segunda peça derivada desta primeira e diferente desta, ainda que guarde muito elementos semelhantes. Essa segunda versão, chamada previamente de "Máquina 2.0", será a segunda tentativa de de funcionamento da fábrica, depois de corrigido os erros que a fizeram fracassar na primeira vez.

E para finalizar, a divulgação:

Máquina: a história de uma paixão sem limites
Única apresentação no dia 01/07 na Sala 05 da Escola de Teatro e Dança da UFPa, em duas sessões: as 19h30 e as 20h30.

Esboço mal desenhado de algo incerto...

Publicado  quarta-feira, 2 de junho de 2010

Desde que estabelecemos que vamos começar a desenhar aquilo que chamaríamos de cenas, tenho ficado feliz e ao mesmo tempo muito tenso com tudo que tem sido desenvolvido. Assim como os atores que não sabem exatamente o que farão e tem às vezes vagas ideias do que fazem, o mesmo também me acontece. Tenho um roteiro a seguir na minha cabeça, que tento colocar em prática dentro da sala de corpo dando ao elenco uma pequena pedrinha, uma pequena sugestão, para que eles possam lapidar. E então sento e espero o retorno deles, porém quando me é devolvido, recebo uma avalanche de pedregulhos, e aí é que eu me sinto caótico, pois é preciso estar muito ligado para não perder nada do que é mandado, e ter a sensibilidade e visão para saber peneirar tudo isso e colocar em cena. E dessa maneira, esboçamos rascunho de cenas. A saber:

Entrada do público, soam as 3 campas do teatro. Entra o solista e canta um trecho da música sozinho com um foco sobre ele. Pausa na música, entra o coro coreográfico que acompanha o solista no segundo trecho da música. E então a máquina entraria e engoliria todos, o coro passariam a ser as peças defeituosas da máquina, enquanto o solista ficava sozinho tentando terminar de cantar, até que a equipe de reparo entra para tentar dar jeito na confusão, arrumando as peças trocando-as de lugar. Então um técnico pedia que todos parem. E diz que todos fiquem quietos, porém eles passam a argumentar com o técnico, virando um grande bate-boca. Então entra um dos dirigentes da fabrica, e de forma agressiva e violenta, faz com que todos voltem a trabalhar, e exige que o primeiro lote de produtos fique pronto. Então acontece a primeira cena da família.

Isso já foi mais ou menos riscado, falta ainda decoupar e mexer muito, mas acho que para uma apresentação parcial isso já está de bom tamanho.

Segue aqui sugetões de músicas para o espectáculo:
"A Voz da Tela" de Oswaldo Montenegro e Márcio Guimarães, sugerida pelo Ilaroque. Que pode ser a abertura da primeira cena.

"What I've been looking for" de High School Musical. Acredito que essa música tem totalmente o tom para o inicio, pois é alegre, lembra muito algumas músicas da broadway, e dentro do espectáculo cria um perfeito tom parodial.

"Cosmic Love" de Florence and the machine, sugerido pela Marília. Imagino que possa ser usada para um trabalho de percussão corporal de movimento da máquina, como o barbatuque que a Alma vem trazendo.

"Rogério Skylab" diversas músicas. Sugerida pelo Haroldo, acho que é uma das nossas referências base para a música (assim como Ionesco está para dramaturgia e Magritte para a plástica). As letras são ótimas, e acredito que deve ser exatamente o que devemos fazer com as nossas letras (exceto para a primeira cena).

Sugestões para luz:
Para a iluminação do espetáculo, acredito que podemos ir buscar na pesquisa da Pofa. Iara com a Gambiarra. Acho que pra nossa proposta, podemos trabalhar com luz de segurança (aquelas que acendem quando falta luz), giroflex, entre outras. Os focos do teatro poderiam entrar somente na primeira cena, ou talves durante algumas cenas chaves.



Sugestões para a cenografia:
Acredito que podemos trabalhar com o conceito de tubulação, que lembra a máquina, fábrica, mas mesmo assim deixa um pouco em aberto. A ideia é trabalhar com vários níveis/pisos, onde os atores possam subir, se pendurar e construir cenas fora do chão. Construir um espaço Magritteano com tubos de aço.


Sugestões para projeção:
Acredito que ao invés daquela tela branca comum, podemos fazer a projeção num monte de guarda-chuvas (brancos ou prateados) abertos, que poderiam se encaixar nos tubos, de modo que cobrissem todos eles, e formasse ume espécie de tela para projeção do vídeo. E ainda poderíamos ter um segundo vídeo, sendo exibido numa pequena tela de LCD usado como uma máscara (como no clipe "No Shelter" do RATM) por um ator, mostrando imagens da face das pessoas do público, ou de pessoas conectadas pela Internet por meio de Skype, MSN ou Chatroulet, de modo que essas pessoes pudessem interagir com a encenação.


No mais é isso... Evoé!

Aos Trabalhos...

Publicado  terça-feira, 18 de maio de 2010

Como nós já sabemos, a primeira parte das atividades do GTU foram encerradas no dia 13 de maio como a equipe técnica havia proposto. Uma planejamento que duraria até esta data foi feito para trabalhar diversas atividades. Para isso cada equipe requereu dias e momentos para aplicar conceitos, exercícios, ritmos, sons, formas, figuras, fatos, tudo, justamente para usar e experimentar. Dessa forma batizei esse primeiro momento no GTU de "ativudades de experimentação", porque cada equipe (dramaturgia, direção, preparação corporal, música, vídeos, plástica, etc.) buscou experimentar diversas coisas para ver o que combinava ou não como a proposta Ionesca, ousou, usou, acertou e falhou ao que seria pertinente a ideia inicial do projeto.
A partir de agora haverá um novo momento no grupo, menos experimentação e mais ação, mais direcionamento, mais uso do que já foi feito, mais lapidação, acho que essa seria a palavra certa para isso, LAPIDAÇÃO, do que o grupo se tornou, algo consistente, criativo, positivo, dar mais função a máquina, o desafio de crescer, as diversidades, tudo isso é o GTU hoje, e essa lapidação, não é pra tirar do que o grupo já contruiu , mas lápidar para se chegar ao proposito inicial que é uma instalação cênica, agora temos tudo que necessitamos, devemos agora só lapidar os caminhos que deveremos seguir aiante o trabalho.
Mas, aqui, eu, como um grande expectador de tudo isso, devo em meu trabalho informar antes de mais nada o que já se passou pelo grupo, para poder falar o irá acontecer a partir de agora.
Só para relembrar o GTU iniciou suas atividades no dia 23 de março de 2010, de uma forma tímida, a apresentação das coordenadoras do projeto, Wlad Lima e Olinda Charone, a apresentação da equipe técnica, apresentação daquele imenso grupo de 86 pessoas inicialmente. Daí iniciamos as atividades, exercícios formadores, haja visto que muitas, mas muitas pessoas mesmo nunca tinham algum contato com o teatro, eram sua primeira vez. Então um novo desafio à equipe, trabalhar com um grupo misto de pessoas com alguma formação ou não de teatro, mas isso foi acontecendo. Foram feitos atividades que trabalharam principalmente com aquecimento, mas também com corpo, respiração, emoções, percepções, espaço, concentração, ansiedade. Houve momentos que se misturaram, música e sentimentos, alongamentos e sensações, mímicas e ritmos, etc. Houveram momentos de descontração, trabalho de musicalização com a equipe de música, que na minha opinião foi maravilhoso, depois a introdução dos guarda-chuvas, das latinhas de alumínio, a criação dos 4 grandes grupos (grupo da igreja, grupo da família, grupo da escola e grupo do banco), que depois diversas equipes se utilizaram disso para trabalhar e experimentar.
Aí sim chegamos a um ponto importante, a aguardada conversa com todos a respeito do projeto e o que era exatamente o "teatro do absurdo", assim foi esclarecido qualquer dúvida que se tinha sobre o andamento dos trabalhos. Foram respondido algo como: O que é teatro do absurdo? quem é Ionèsco? qual é a linguagem de Ionèsco? qual é a ideia da plástica do espetáculo? e por ai vai....
Agora, qualquer pessoa de fora do grupo que ver como está o GTU irá falar que há um grupo consiso, visualizará pessoas com um grande crescimento teatral. Nesse primeiro momento só tenho a parabenizar todos que compõem o grande grupo, equipe e participantes, pois o resultado está ficando digno do ser artístico.
Devemos usar tudo que já temos e o resto é só trabalho....
Aguardem mais atualizações!

Referência para plástica

Publicado  domingo, 9 de maio de 2010

Segue um link para o videoclipe No Shelter da banda Rage Against The Machine. Esse vídeo tem muitas idéias que podem servir de referência para a concepção plástica (cenografia, visagismo, figurino, adereçagem, iluminação e vídeo) da instalação cênica.

http://www.dailymotion.com/video/x12bp9_rage-against-the-machine-no-shelter_music

Se apresentando!

Publicado  terça-feira, 27 de abril de 2010

Me apresentando. Meu nome é Patrick Pimenta e faço parte do Grupo de Teatro Universitário (GTU), estou participando dos registros e documentação do grupo e mais a frente trabalharei com a produção do espetáculo a ser montado neste grupo.
Estou agora me apresentando, porque começarei a postar nesse blog as atualizações, os avanços, as atividades feitas, as propostas e tudo que fazer referencia ao GTU a pedido do diretor do grupo e meu irmão Ives Oliveira.

Assim como a intenção de montar-se um espetáculo a cerca das obras de Ionèsco será de forma conjunta, será também as postagens que informarão a todos sobre o GTU: sempre quem quiser informar algo necessário a respeito do grupo e que não foi citado aqui, basta me procurar e eu adicionarei sem mais delongas. Aceito colaborações sim.

Agora é só aguardar!

Auf Wiedersehen!!

O difícil trabalho de montar uma peça...

Publicado  quarta-feira, 14 de abril de 2010

Gosto cada vez mais do trabalho do GTU. Quando o projeto ainda estava no papel e dentro de uma gaveta de metal frio, isso a mais de um ano atrás, sempre tinha muita curiosidade de ver como isso se daria fora dele. E ainda bem o GTU proporciou essa possibilidade de faze-lo ganhar vida. Tenho muitas e muitas idéias de como fazer isso ir para o palco, mas estou me segurando e deixando para que o grupo encontrei "sozinho" o caminho para fazer essa transposição. Imagino que esse seja o maior desafio, tentar "anular" suas idéias e se manter atento e receptivo as demais idéias que vão surgindo. Assim como outros membros da equipe coordenadora, já tenho diversas idéias de cena, e o espetáculo quase pronto na minha mente. Mas acredito que não seja esse o nosso ideal, e sim deixar a coisa fluir por si só, dando-lhe apenas algumas sugestões e indicações. Ionesco, no prefácio de "Le Possédées" faz uma descrição em tom exagerado e jocoso mas muito convicente, do seu método de trabalho: "É claro que é difícil escrever uma peça; exige esforço físico considerável. É necessário que o autor se levante, o que é cansativo, e que se sente, justamente quando começa a acostumar-se a idéia de estar levantado; é preciso tomar uma pena, que é pesada, pegar papel, que nunca se encontra, sentar-se a uma mesa, que freqüêntemente quebra ao peso dos cotovelos... Por outro lado, é facílimo compor uma peça sem escrevê-la. É fácil imaginá-la, sonhá-la, deitado num sofá, meio adormecido e meio acordado. É só o autor se entregar, sem mover-se, sem se controlar. Um personagem aparece, não se sabe de onde; e chama os outros. O primeiro começa a falar, a primeira resposta vem, foi dada a primeira nota, o resto vem automaticamente. Fica-se passivo, escuta-se, observa-se o que se passa na tela interior..."

De um modo geral, tenho gostado bastante dos rumos que o grupo está tomando. Tenho ficado muito animado com o resultados dos exercícios, que de forma tão natural, o elenco está dando pistas e idéias geniais para solucionar a nossa  instalação cênica. No último encontro, aconteceu um exercício proposto pela equipe de dramaturgia em que os atores formaram uma escola. A imagem em si já dizia tanta coisa, tantas leituras, fiquei com isso na cabeça, que nesse exato momento fervilha de idéias. Ionesco enquanto escritor é altamente intuitivo, e considera a espotaneidade como um fator criador importante, nas palavras do próprio: "não tenho idéia nenhuma quando antes de escrever uma peça; tenho-as quando acabo de escrever a peça ou enquanto não estou escrevendo nada. Creio que a criação artística é espotânea; a minha, pelo menos é". Acho que essa espotaneidade é que deve permear o nosso processo de criação. Antes da gente jogar qualquer idéia, é necessário somente observar o que o grupo está nos "dizendo". Porém compreendo que um "método" assim, a primeira vista, parece sem sentido. Mas acho, assim como Ionesco, que isso não significa a falta de sentido ou sem significação, pois muito pelo contrário, o trabalho da imaginação espontânea é um processo cognitivo, uma exploração, e se utilizando mais uma vez das palavras de Ionesco, exemplifico isso: "A fantasia é reveladora; é um verdadeiro método de cognição; tudo o que é imaginado é verdadeiro; nada é verdadeiro se não for imaginado."

Contos de Ionesco para Crianças. Conto nº 1

Publicado  terça-feira, 13 de abril de 2010

Josete já é uma mocinha, tem trinta e três meses. Uma manhã, como faz todos os dias, ela se dirige com seus passinhos curtos para a porta do quarto dos pais. Tenta empurra a porta, tenta abri-la igual a um cachorrinho. Perde a paciência e os chama, acordando então seus pais, que, pela cara não entendem o que está acontecendo.

Neste dia, papai e mamãe estavam cansados. Na noite passada, eles tinham ido ao teatro, ao restaurante e, logo depois do restaurante, ao teatro de fantoches. E agora estavam com preguiça. Isso não é nada bom para os pais!...

A empregada, ela também perde a paciência, abre a porta do quarto dos pais de Josete e diz:

- Bom dia, senhora, bom dia, senhor,
aqui está o jornal de vocês,
aqui estão as correspondências que receberam,
aqui está o café com leite e açúcar,
aqui está o suco de frutas, aqui estão os croissants,
aqui está a torrada, aqui está a manteiga,
aqui está a geléia de laranja,
aqui está a compota de morango,
aqui está o ovo estrelado, aqui está o presunto,
e aqui está a filhinha de vocês.

Os pais estavam indispostos porque, esqueci de dizer, depois do teatro de fantoches eles ainda foram ao restaurante. Os pais não quiseram tomar o café com leite, não quiseram a torrada, não quiseram os croissants, não quiseram o presunto, não quiseram o ovo estrelado, não quiseram a geléia de laranja, não quiseram o suco de frutas deles, também não quiseram a compota de morango (não era mesmo de morango, era de laranja).

- Dê tudo isso a Josete – Diz o pai à empregada – e, quando ela tiver comido, traga-a aqui de volta.

A empregada toma a menina nos braços. Josete esbraveja. Mas, como é gulosa, consola-se na cozinha, comendo: a geléia da mamãe, a compota do papai, os croissants do papai e da mamãe; e bebe o suco de frutas.

– Nossa! Que comilona! – diz a empregada. – Sua barriga é maior que o olho!...

E, para que a menina não passasse mal, a empregada é quem toma o café com leite, come o ovo estrelado, o presunto e também o arroz-doce que sobrou da noite passada.

Enquanto isso, papai e mamãe voltam a dormir e roncam. Não por muito tempo. A empregada torna a levar Josete para o quarto dos pais.

– Papai!... – diz Josete –, Jaqueline (é o nome da empregada), Jaqueline comeu o seu presunto.
– Não faz mal – diz Papai.
– Papai – diz Josete –, me conte uma história.

E enquanto a mamãe dorme, porque está ainda exausta da noitada, papai conta uma história a Josete.

– Era uma vez uma menina que se chamava Jaqueline.
– Como Jaqueline? – pergunta Josete.
– Sim, mas não é a Jaqueline. Jaqueline era uma menina. Ela tinha uma mãe que se chamava Sra. Jaqueline. O pai da pequena Jaqueline se chamava Sr. Jaqueline. A pequena Jaqueline tinha duas irmãs que se chamavam Jaqueline, duas primas que se chamavam Jaqueline, e uma tia e um tio que se chamavam Jaqueline. O tio e a tia, que se chamavam Jaqueline, tinham dois amigos que se chamavam Sr. Jaqueline e Sra. Jaqueline, que tinham uma menina que se chamava Jaqueline e um menino que se chamava Jaqueline, e a menina tinha bonecas, três bonecas, que se chamavam: Jaqueline, Jaqueline e Jaqueline. O menino tinha um amiguinho que se chamava Jaqueline e dois cavalos de madeira que se chamavam Jaqueline, e soldados de chumbo que se chamavam Jaqueline. Um dia, a pequena Jaqueline, com sei pai Jaqueline, seu irmãozinho Jaqueline, sua mãe Jaqueline, vai ao parque. Lá, ela reencontra os seus amigos Jaqueline com a menina Jaqueline, com o menino Jaqueline, com os soldados de chumbo Jaqueline, com as bonecas Jaqueline e Jaqueline.

Papai está contando suas histórias à pequena Josete quando a empregada entra no quarto. Ela diz:

– O senhor vai deixar essa menina doida!

Josete diz à empregada:

– Jaqueline, a gente vai ao mercado?

(Como eu disse, a empregada também se chamava Jaqueline.)

Josete vai ao mercado fazer compras com a empregada.

Papai e mamãe voltam a dormir porque estão muito cansados, na noite passada eles foram ao restaurante, ao teatro, de novo ao restaurante, ao teatro de fantoches, depois de novo ao restaurante.

Josete entra no mercado com a empregada e lá encontra uma menina acompanhada dos pais.

Josete pergunta à menina:

– Quer brincar comigo? Como é o seu nome?
– Jaqueline – responde a menina.
– Já sei – diz Josete à menina –, o seu pai se chama Jaqueline, o seu irmãozinho se chama Jaqueline, a sua boneca se chama Jaqueline, o seu avô se chamava Jaqueline, o seu cavalinho-de-pau se chama Jaqueline, a sua casa se chama Jaqueline, o seu peniquinho se chama Jaqueline...

Então o dono do mercado, a dona do mercado, a mamãe de uma outra menina, todos os clientes que estavam no mercado se voltaram com os olhos arregalados para Josete.

– Não é nada – diz a empregada, tranquilamente –, não se preocupem, são as histórias sem pé nem cabeça que o pai dela conta.

FONTE: IONESCO, Eugène. Contos de Ionesco para Crianças. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

Apresentando a equipe aos visitantes do blog

Publicado  sábado, 10 de abril de 2010

Dentro do projeto, a equipe está dividida em coordenações que comandam subequipes de trabalho em áreas específicas em diálogo com a coordenação geral do projeto. Abaixo os cargos, os nomes e as funções:

Coordenação do projetoIves Oliveira
Tem como objetivo cuidar para que cada coordenador de área específica mantenha os compromissos acordados no projeto, levando em consideração os objetivos, metas, cronograma e orçamento, bem como manter a expectativa do resultando esperado, satisfazendo o elenco, patrocinadores, curadoria e equipe;

Assistência de projeto – Patrícia Zulu
Auxilia o coordenador de projetos nas suas atribuições, faz a ligação entre as demais coordenações e é responsável pelas atividades administrativas do projeto;

Coordenação de dramaturgia – Rosilene Cordeiro
Responsável pela equipe que juntamente com a direção e elenco selecionam textos dramáticos para estudos e discussão entre todos, e incentivam a composição dramatúrgica de acordo com as necessidades da encenação;

Coordenação de teatro – Ana Marceliano Nunes
Responsável pela equipe que juntamente com a direção e preparador corporal realiza pesquisa de exercícios corporais, voz e dicção, jogos teatrais e dinâmicas de grupo, adequados a necessidade do trabalho e da encenação, bem como aplicação destes ao elenco;

Coordenação de visagismo – Esmael Raymon
Responsável pela equipe que juntamente com a direção e elenco criará o visual, discriminado em maquiagem, cabelo e acessórios;

Coordenação de figurino – Hilssy de Nazareth
Responsável pela equipe que junto com a direção e elenco desenha e/ou providencia o figurino, de acordo com as necessidades da encenação;

Coordenação de cenografia – Álvaro de Sousa
Responsável pela equipe que juntamente com a direção e elenco projeta os adereços e cenário, e supervisiona a construção, pintura e instalação deste;

Coordenação de música – Diego Vattos
Responsável pela equipe que juntamente com a direção e elenco criará a sonorização da cena, bem como a pesquisa de instrumentos de acordo com a necessidade de encenação;

Coordenação de iluminação – Marckson de Moraes
Responsável pela equipe que juntamente com a direção e elenco criarão projetos de luz para a cena;

Coordenação de vídeo – Marcelo Marat
Responsável pela equipe que juntamente com a direção e elenco constroem roteiro de cenas e ações para o vídeo a partir de pesquisa no contexto da encenação e outras fontes;

Coordenação de pesquisa, estudo e discussão – Giovana Miglio
Responsável pela equipe que juntamente com a direção realiza pesquisa de comunicações que versem sobre a temática do projeto, organiza e promove o estudo e discussão entre os participantes, incentiva e controla os registros do processo (diário de bordo);

Pesquisador convidado – Erllon Viegas
Realiza o registro etnográfico do processo;

Dentro da encenação, da montagem da instalação cênica prorpiamente dita, a equipe está dividida em direções de áreas específicas em acordo com a direção geral. Abaixo os cargos, os nomes e as funções:

Direção geral – Ives Oliveira
Responsável pela coordenação geral de todos os aspectos envolvidos com a encenação, em conjunto com todas as direções específicas;

Direção de elenco – Rosilene Cordeiro
Responsável de ensaiar o elenco, em acordo com decisões em conjunto com a direção geral;

Direção de palco – Ana Marceliano Nunes
Responsável pela sincronia da encenação entre todas as suas áreas, bem como a organização de atores em cena, as luzes, o som, cenário, adereços, vídeo e contra-regragem;

Direção musical – Diego Vattos e Rubens Santa Brígida
Responsável pela organização dos sons dentro da encenação;

Direção de vídeo – Marcelo Marat
Responsável por todas as etapas da criação do vídeo, desde a especificação do equipamento necessário, passando pelo posicionamento dos instrumentos e pessoas durante a gravação, até a edição;

Direção de arte – Álvaro de Sousa
Responsável pela concepção visual, orientando os trabalhos cenografia, figurino e visagismo, a fim de obter uma coerência visual;

Assistência de direção – Breno Monteiro
Auxilia a direção em todas as suas atribuições, facilitando o diálogo entre esta e produção que resulta na criação de condições para o trabalho de ambas;

Produção – Patrick Pimenta
Responsável pelos aspectos administrativos, financeiros, de marketing e publicidade;

Preparador Corporal – Leandro Haick
Responsável pela equipe que juntamente com a direção, propõem e aplica exercícios físicos de experimentação em diversas técnicas corporais;

Músico – Diego Vattos, Gabriela Maurity, Ramón Rivera, Rubens Santa Brígida e Wanessa Solli
Responsável pela reprodução da trilha sonora durante a encenação;

Consultoria – Edson Fernando
Ajuda a equipe na busca da melhor maneira de resolver problemas específicos, dando conselhos ou pareceres acerca do assunto.

 As funções foram discutidas e acordadas em reunião com toda equipe.

Muita diversão para meu gosto...

Publicado  sexta-feira, 9 de abril de 2010

As primeiras duas semanas de GTU foram basicamente para a gente se conhecer, saber quem são essas pessoas que estão interessadas em fazer teatro, e também eles conhecerem quem é essa equipe que vai facilitar esse fazer teatral. Somos numeroso: 85 no elenco, e 20 compondo a equipe, é um número quase exagerado, e que em algumas práticas, me faz pensar que vou ficar louco. Fizemos principalmente trabalhos de corpo (alongamento, dilatação corporal, partitura corporal, ritmo, respiração, esgotamento e danças), também fizemos muitos jogos teatrais, na sua grande maioria, muito divertidos; e na minha opinião é que está me incomodando, pois tudo me parece sempre muito divertido, acho que esta faltando um pouco de dor e sofrimento tão presentes no teatro. Espero logo que essa fase (seguindo o conograma) de exercícios passe bem rápido, estou pirando para logo pegar esse pessoal e começar a moldar as matrizes pessoais que eles estão trazendo. Por hora, é isso...

Frases

Publicado  segunda-feira, 22 de março de 2010

"Eu posso comprar um canivete para meu irmão, mas você não pode comprar a Irlanda para seu avô!"


E. Ionesco